Cristã grávida perde bebê após ser espancada por familiares de religião tribal

  • 21/01/2025
Cristã grávida perde bebê após ser espancada por familiares de religião tribal
Cristã grávida perde bebê após ser espancada por familiares de religião tribal (Foto: Reprodução)

Uma mulher cristã sofreu um aborto neste mês após ser espancada e estrangulada por parentes no centro da Índia que seguem a religião tradicional, de acordo com fontes locais.

Kunika Kashyap, que estava grávida de mais de seis semanas, foi internada em estado grave em um hospital distrital no estado de Chhattisgarh, em 2 de janeiro.

Segundo seu marido, Mandu Ram Kashyap, ela foi agredida pelo chefe da aldeia tribal, Ganga Ram Kashyap, sua esposa e filha adulta. O motivo do ataque foi uma oração feita por Kunika.

O chefe da aldeia havia gravado um vídeo da mulher, tentando pegá-la orando por uma parente em comum, que também é cristã, como suposta evidência de um crime, relatou o marido de Kunika.

Kunika, de 25 anos, moradora da vila de Bade Bodal, havia ido visitar sua prima, uma cristã que estava doente, a cerca de 150 metros de sua casa. O chefe tribal Ganga Ram, cunhado da mulher doente e primo do marido de Kunika, a viu entrando na casa e desconfiou.

Enquanto Kunika estava sentada ao lado da cama da prima, Ganga Ram começou a filmá-la com seu celular, relatou Salim Hakku, um líder cristão de Jagdalpur.

"Ele suspeitava que Kunika pudesse orar com sua parente doente e queria capturar as imagens como prova em seu celular", disse Hakku ao Morning Star News.

Agressões violentas

Kunika se opôs à gravação de sua imagem, mas Ganga Ram se recusou a parar de filmar, conforme ela relatou.

"Quando ele continuou filmando, mesmo após meus protestos, eu afastei a mão dele", disse Kunika ao Morning Star News, de sua cama no hospital.

Ela contou que Ganga Ram imediatamente começou a agredi-la. Sua esposa e filha saíram correndo de casa em meio à confusão e se juntaram para também agredi-la, contou Kunika.

"Ganga Ram me deu um chute na barriga, me estrangulou e me bateu violentamente", disse ela.

"A esposa e a filha de Ganga Ram se juntaram a ele, me batendo com um grosso bambu de madeira, chutaram meu peito, minha barriga, minha cabeça e todo o meu corpo de forma brutal."

Hospitalizada

Kunika Kashyap conseguiu escapar, contou seu marido, que relatou:

"Foi somente a ação de Deus que a fez escapar de três pessoas batendo nela sem parar de todos os lados", disse seu marido, que trabalha como pedreiro e operário braçal em Jagdalpur, a 26 quilômetros de sua vila.

Kunika estava com muitas dores quando seu marido a levou às pressas para o hospital do governo em Jagdalpur, onde o tratamento teve início por volta das 17h, conforme relato dele.

Os registros médicos indicam que ela foi internada com "dor no pescoço, dor na perna direita, dor na região temporo-occipital, inchaço, dor abdominal, dor no peito e contusão na região do pescoço", devido às agressões sofridas, apesar de estar grávida de seis semanas e seis dias.

"O ultrassom inicial mostrou que o feto estava vivo", disse seu marido, "mas por volta das 18h30 ela sofreu um aborto."

O casal está casado há dois anos, e esta era a primeira gravidez de Kunika Kashyap, conforme relatado por seu marido.

Kunika Kashyap recebeu alta do hospital em 6 de janeiro e ainda estava em tratamento no momento em que este texto foi escrito.

Queixas ignoradas

Mandu Ram e os anciãos da igreja foram até a delegacia de polícia local, onde o marido de Kunika registrou queixa por escrito contra Ganga Ram, em 2 de janeiro.

Ele disse que suspeita de que os policiais não tenham registrado um Primeiro Relatório de Informação (FIR), pois não recebeu nenhuma cópia do documento.

"Embora a polícia tenha dito que registraria um FIR após a investigação inicial, nunca nos chamaram para nenhuma investigação, nem registraram a declaração da minha esposa", disse Mandu Ram Kashyap.

A polícia visitou o casal apenas uma vez, em 7 de janeiro, e perguntou sobre a área exata da casa onde o ataque havia ocorrido, a qual eles indicaram, conforme relatado pelo marido.

Mandu Ram Kashyap e sua esposa fazem parte de uma das 50 famílias cristãs em uma vila de cerca de 120 famílias. Filhos de pais cristãos, ambos são cristãos há mais de 20 anos e frequentam a Igreja Metodista Episcopal.

Forte oposição

Outros cristãos na aldeia foram alvos de agressões, segundo relatou Mandu Ram Kashyap.

"Estamos enfrentando forte oposição nos últimos anos por parte do chefe da aldeia tribal e dos moradores", disse ele.

Os cristãos não têm permissão para tirar água do mesmo local que os outros moradores, disse ele, acrescentando: "Nem temos permissão para enterrar nossos mortos em nossa propriedade privada".

Quando Budai Kashyap, uma mulher cristã de 90 anos, morreu em 29 de dezembro, a comunidade cristã a enterrou em um terreno privado que haviam adquirido. O chefe Ganga Ram Kashyap chegou ao local do enterro e perguntou se eles tinham permissão para realizar o sepultamento.

O confronto escalou e se transformou em agressões físicas entre os cristãos e o chefe e seus homens, conforme relatado por Manu Ram Kashyap.

Em 7 de janeiro, o filho do pastor Subhash Baghel não foi autorizado a enterrar seu pai na vila de Chhindawada, embora uma parte da vila tenha sido designada para cristãos, conforme relatado por Hakku.

"Embora sua tia e avô tenham sido enterrados naquele cemitério anteriormente, os moradores e o chefe da aldeia se recusaram a deixá-lo enterrar seu pai", disse ele.

Sepultamentos negados

O filho do pastor entrou com uma petição no Tribunal Superior de Chhattisgarh pedindo permissão para enterrar seu pai no cemitério da vila, mas o tribunal rejeitou o pedido em 12 de janeiro. Enquanto o corpo de seu pai aguarda o enterro no necrotério de Jagdalpur, ele está apelando ao Supremo Tribunal.

Hakku disse que os cristãos ficaram chocados ao ver que as autoridades apoiaram uma paralisação em protesto contra a suposta conversão forçada e o conflito da comunidade cristã com o chefe Ganga Ram Kashyap.

O protesto foi organizado pela Sarva Adivasi Samaj (All Tribal Society) no distrito de Bastar para o dia 7 de janeiro.

"Foi bastante chocante que as autoridades tenham dado permissão ao chefe da aldeia para realizar o protesto, apesar das queixas por escrito contra ele pela comunidade cristã em dois incidentes diferentes", disse Hakku.

"Em vez de agir contra o chefe da aldeia, a polícia apoiou a paralisação. Isso demonstra o viés das autoridades."

O tom hostil do governo da Aliança Democrática Nacional, liderado pelo partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), contra os não hindus, tem encorajado extremistas hindus e outros a atacar cristãos desde que Narendra Modi assumiu o poder em maio de 2014, afirmam defensores dos direitos religiosos.

A Índia ocupa o 11º lugar na lista de países onde é mais difícil ser cristão, segundo a Lista Mundial de Perseguição 2025 da Portas Abertas. O país estava em 31º lugar em 2013, mas sua posição piorou após Narendra Modi assumir o poder.

FONTE: http://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/crista-gravida-perde-bebe-apos-ser-espancada-por-familiares-de-religiao-tribal.html


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